Construção civil ficará estagnada em 2015, avalia CNI

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que a construção civil ficará estagnada em 2015. A previsão está no “Informe Conjuntural”, que contém as projeções da entidade patronal para o próximo ano, documento divulgado nesta terça-feira pela confederação. “Os indicadores de expectativa do setor não apontam sinais de reversão no atual quadro de desaquecimento”, avalia o documento.

Além disso, continua a publicação, a indústria de transformação deve avançar 0,8% em 2015, atrás dos serviços industriais de utilidade pública, que crescerão 1,7% de acordo com a CNI, e a indústria extrativa, que avançará 2,5%.

Todos esses números juntos levarão a indústria como um todo a crescer 1% em 2015, menos que a agropecuária, que para a entidade patronal deve avançar 2,4%, mas mais do que o setor de serviços, cujo crescimento estimado é de 0,7%.

Melhora fiscal

Com a previsão de cumprimento da meta de primário de 1,2% do PIB em 2015, anunciado pelo ministro indicado da Fazenda, Joaquim Levy, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que o déficit público nominal deverá recuar no próximo ano. A entidade espera que o déficit nominal feche 2014 em 5,40% e finalize 2015 em 4,20%.

Isso deve ocorrer porque neste ano, conforme previsões da confederação, o país deverá registrar um déficit primário de 0,10% do PIB. Já para 2015, a economia para pagamento de juros da dívida pública deverá chegar a 1,2% do PIB. Para este ano, a CNI espera que a relação dívida líquida/PIB encerre este ano em 36,3% do PIB. Esse número deverá subir para 37,6% no próximo ano, segundo avaliação da entidade. Já em relação à taxa básica de juros (Selic), a CNI espera que ela suba dos atuais 11,75% para 12,5% no fim de 2015.

Fontes: Extra Globo

Economistas veem estouro da meta de inflação em 2015

Economistas de instituições financeiras passaram a ver, pela primeira vez, que a inflação estourará o teto da meta oficial em 2015, com piora das projeções tanto para o dólar quanto nos preços administrados, ao mesmo tempo em que passaram a ver crescimento econômico menor tanto neste ano quanto no próximo.

De acordo com pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira, a projeção para o IPCA para 2015 subiu 0,04 ponto percentual, indo a 6,54 por cento, enquanto que para este ano permaneceu em 6,38 por cento. A meta é de 4,5 por cento, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.

A inflação tem rondado o teto da meta há meses. O IPCA-15, prévia do indicador oficial de inflação, acelerou a alta a 0,79 por cento em dezembro, e encerrou o ano com alta de 6,46 por cento.

O Focus mostrou também que as perspectivas para o dólar voltaram a piorar. Para 2014, a projeção foi a 2,65 reais, ante 2,60 reais, enquanto para 2015 atingiu 2,75 reais, sobre 2,72 reais. O BC tem argumentado que tanto o câmbio quanto os preços administrados vão continuar pressionando a inflação que, segundo a autoridade monetária, só vai convergir para o centro da meta no final de 2016.

O Focus mostrou que as contas para os preços administrados em 2015 cresceram, com alta de 7,60 por cento, sobre 7,48 por cento na semana anterior.

Em relação à Selic, os especialistas consultados mantiveram a perspectiva de que a taxa básica de juros, atualmente em 11,75 por cento, terminará o próximo ano a 12,50 por cento.

Depois de o BC ter acelerado o ritmo na última reunião, segundo a pesquisa Focus, os especialistas continuavam vendo que o passo será mantido em janeiro –próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC–, com mais uma alta na taxa e 0,5 por cento.

Os economistas consultados na pesquisa do BC reduziram a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 a 0,13 por cento, contra 0,16 por cento no levantamento anterior.

Para 2015 o corte foi ainda pior, de 0,14 ponto percentual, com a estimativa de expansão indo a 0,55 por cento.

A economia brasileira iniciou o quarto trimestre em queda depois de ter saído da recessão técnica, apontou o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) do próprio BC ao recuar 0,26 por cento em outubro sobre o mês anterior.

A projeção para a balança comercial em 2014 foi piorada pela segunda vez seguida na pesquisa Focus, para déficit de 1,86 bilhão de dólares, contra resultado negativo de 1,60 bilhão de dólares na semana anterior.

Fonte: Exame

O que esperar para a economia gaúcha em 2015?

Fernando Ferrari Filho

Entre 2011 e 2014, caso sejam confirmadas as previsões de expansão dos PIBs nacional e gaúcho para o último ano, as taxas médias de crescimento do País e do Rio Grande do Sul terão sido da ordem de 1,6% ao ano e 2,5% ao ano, respectivamente.  Apesar de o Estado vir a crescer 0,9 ponto percentual acima do crescimento brasileiro no referido período, isso não quer dizer, todavia, que a economia gaúcha esteja melhor em relação ao País e, mais ainda, tenha mitigado seus obstáculos ao crescimento e, por conseguinte, encontrado seu rumo de expansão sustentável para os próximos anos.

Não querendo nos arriscar sobre a dinâmica da economia gaúcha para os próximos anos, principalmente pelo fato de que o futuro, à la Keynes-Knight, é condicionado pelo princípio da incerteza radical, centremos a atenção somente para 2015. Em outras palavras, qual deverá ser a performance da economia gaúcha no próximo ano?  Em nosso ponto de vista, pelo menos três fatores devem influenciar a referida performance.

Em primeiro lugar,  ciente de que os próximos dois anos serão difíceis para a economia brasileira, uma vez que ajustes fiscal e monetário estão sendo sinalizados pela nova equipe econômica, o setor produtivo gaúcho sentirá os impactos da contenção de gastos públicos e da elevação da taxa de juros, cujas consequências, no curto prazo, são taxas de desemprego maiores, arrefecimento do investimento privado etc. Segundo, visto que as últimas projeções do Fundo Monetário Internacional  (Economic Oulook de outubro de 2014) são de que, em 2015, a economia mundial continuará crescendo modesta e assimetricamente, bem como os preços das commodities, agrícolas e minerais, continuarão caindo, o setor agropecuário do Rio Grande do Sul deverá crescer a uma taxa semelhante à de 2014 – a despeito das estimativas de expansão da safra de grãos (segundo o IBGE, a safra de 2015 deve ser 2,5% maior do que a produção de 2014) e da desvalorização cambial que compensa, parcialmente, a queda dos preços agrícolas no mercado internacional –  e, portanto, muito abaixo da extraordinária taxa de crescimento de 2013.

Assim, sendo este setor o principal responsável pelo crescimento do PIB nos últimos anos, uma taxa de crescimento menos dinâmica da agropecuária em 2015 tenderá a impactar “negativamente” o PIB gaúcho. Terceiro, a situação fiscal do governo – mesmo com a perspectiva de se economizar recursos financeiros com a aprovação do projeto de lei que altera o indexador das dívidas de estados e municípios com a União – continuará sendo complexa e as contas públicas deverão ser equilibradas “criativamente”. Como consequência, o Estado, sem condições de elevar a pífia relação investimento público/PIB, continuará tendo sérias carências de infraestrutura.

Em suma, em 2015 há indícios de que a economia gaúcha continue na sua, parafraseando Lennon e McCartney, (long and winding road).

Professor titular do Deri/Ufrgs e pesquisador do CNPq

Fonte: Jornal do Comércio

Feliz Ano Novo!

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